Existe curso para se tornar psicanalista? Entenda o que realmente forma um analista
Uma das perguntas mais frequentes de quem começa a se interessar pela psicanálise é: “Para que serve o curso? Ele é para quem quer se tornar psicanalista?”
12/3/20252 min read
A resposta pode surpreender — e até frustrar quem espera um caminho mais simples:
não existe um curso que forme um psicanalista.
Não há curso de psicanalista
É comum imaginar que uma graduação ou pós-graduação em psicanálise garante a formação do analista. Mas isso é um equívoco.
Nenhum curso, instituição ou certificado pode “fabricar” psicanalistas.
O motivo é simples:
a formação analítica não é um diploma, é um processo subjetivo.
A teoria pode ser ensinada; a técnica pode ser estudada; mas o analista não nasce da sala de aula — nasce da própria análise daquele que se propõe a ocupar essa função.
Como diz Lacan: o analista só se autoriza de si mesmo… e de alguns outros.
Ou seja, é uma formação que não se reduz ao currículo.
A formação é contínua
Mesmo quem faz uma pós-graduação em psicanálise precisa entender:
o certificado não transforma ninguém em analista.
Ele faz parte do percurso, mas não o define.
A formação teórica é permanente. A psicanálise não é um corpo fechado de conhecimento; ela exige leitura constante, retorno a Freud, estudo dos seminários, discussão clínica, participação em grupos e instituições — tudo isso sem ponto final.
O início de tudo: a própria análise
Quando alguém pergunta:
“Como eu faço para me tornar psicanalista?”
A resposta honesta é:
comece pela sua análise.
Não existe analista sem ter passado pelo processo de se confrontar com sua própria divisão, seus sintomas, sua fantasia, sua estrutura.
É nesse percurso que o futuro analista se constitui subjetivamente para ocupar o lugar que a clínica exige.
Sem isso, não há neutralidade, não há manejo, não há escuta — e não há analista.
Supervisão e clínica
Quando o sujeito começa a atender, entra outro eixo essencial da formação:
a supervisão clínica.
É nela que o analista em formação confronta seus impasses, pensa o manejo, revisa a direção do tratamento e, principalmente, percebe onde seus próprios significantes interferem.
A supervisão afina a escuta e sustenta a ética da clínica.
Então… para que serve um curso de psicanálise?
Um curso serve para:
aproximar o estudante da teoria;
introduzir conceitos;
criar um ambiente de estudo orientado;
dar sustentação teórica ao percurso;
oferecer espaço de troca.
Mas ele não forma o analista.
O que forma é o tripé clássico:
análise pessoal, estudo teórico e supervisão clínica.
Conclusão
A psicanálise não é uma profissão que se conquista com um diploma.
É uma prática que exige compromisso subjetivo, ética e uma formação que nunca termina.
Se você está pensando em se tornar psicanalista, o primeiro passo não está na matrícula de um curso, mas sim no início da sua própria análise.
O resto — teoria e supervisão — vem como desdobramento desse ato fundador.

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